quarta-feira, setembro 29, 2004

Experiências importantes.

Termino nessa semana minhas férias.
De volta a rotina e ao tédio de meus papéis profissionais e sociais, mas como continuo tendo que pagar minhas contas e ainda gosto de beber vinho, de volta ao trabalho homem!
Coisas muito boas aconteceram neste mês que passou rápido demais, experiências capazes de mudar muita coisa na minha vida ou de pelo menos fazer com que tudo fique de pernas pro ar novamente.
Cinco dias no Mosteiro Budista do Morro da Vargem, foram uma caminhada no deserto, meditações longas e companhias provassionais testaram até o limite toda minha tolerância e desapego budista. Tudo correu bem demais, mas não sem um certo grau de angústia e dor física, com o peso de meus problemas mal resolvidos sobre minha coluna torta e minhas articulações enferrujadas. Mas vamos em frente, e mantendo a fé no Tathaga.
Voltando ao Rio com minha amiga Lara Novak, tive a idéia genial de assistir Brilho eterno..., E vocês já souberam do resultado no Estação Unibanco, com muita gente assustada pelo maluco chorão da quinta fila, fazer o que?! Segurar choro me dá dor de cabeça. E acabei a noite tomando umas cervejas mexicanas com limão e sal que ficaram um pouco aquém do esperado, mas vou experimentar de novo depois, pois acho que histeria acaba atrapalhando um pouco o paladar.
E pra terminar tudo fui pra São Paulo rever um velho amigo.
Trata-se do Ricardo Tolomelli, agora conhecido como Rico Suave. E grande foi minha surpresa ao reencontrar o velho amigo assim mesmo, suave e tranqüilo. Antes o mais neurótico da turma, careta convicto e juramentado e cheio de manias tornou-se uma figura calma, de fala mansa e sorridente. E como é bom rever esses velhos amigos assim, tão de bem com as coisas, e tudo conquistado com muita luta e não sem sofrimento também.
Junto desse amigo essencial tive as melhores experiências na “cidade suja” da Clarah, baladas hype, boa comida e excelentes pessoas. E as melhores viagens que a farmacologia moderna podem proporcionar, as melhores conversas e as melhores viagens...
E tem também a Mariana Sierra, que apareceu do nada e agora já ocupa espaço mais que importante nesse meu coração capenga, mas sempre com espaço para pessoas doces e cheias de vida como ela.
Agora estou aqui, esperando minhas férias terminarem e sentindo falta de amigos. O Betinho foi pro Rio, o Leonardo casou, mudou e não me convidou e o restante da galera está longe, de uma forma ou outra.
Fico por aqui, tentando não sucumbir à melancolia e lendo, ou talvez relendo, O Pequeno Príncipe, o presente mais lindo que poderia ter ganhado neste ano tão duro.
Tudo vai dar certo.


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domingo, setembro 26, 2004

Cinco coisas que aprendi em seis dias:

1. Coisas boas sempre vem quando menos se espera e de onde menos se espera.
2. Preconceitos são uma coisa terrível e não podem fazer parte das nossas vidas.
3. Rever velhos amigos deveria ser um hábito pra nós.
4. Nunca coloque frango cozido na frigideira sem antes escorrer bem, ele explode.
5. Tudo vai dar certo, sempre.
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quinta-feira, setembro 16, 2004

Coração de amianto.

Feche os olhos e ignore a fumaça, querida.
Chegar perto de mim é assim, correr um risco talvez desnecessário, se atirar sem rede de proteção somente com a certeza do asfalto no fim de tudo, e o fundo chega um dia. Brincar com objetos pontiagudos sempre foi divertido pra mim, assustando minhas irmãs e me cortando às vezes, só não podia imaginar que faria de minha vida algo também tão afiado e de utilidade tão discutível. Todo mundo se corta, e todos sangram.
Respire fundo e pelo nariz, bem devagar.
Eu vou vivendo tudo isso do jeito que posso, do jeito que consigo. Redundante e tentando conciliar minha liberdade preciosa com minhas obrigações. Faço o que um homem tem que fazer, e sempre tive tanto orgulho em ser homem. Feio, forte e formal, como disse John Wayne, que era um racista e reacionário do cacete, eu sei, mas que tinha razão quanto a essas coisas de ser homem de verdade, e sempre foi um modelo pra mim, ele e o Clint Eastwood. Os bastardos mais frios do velho oeste.
Fique calma e tente ignorar a fumaça.
Vou munindo-me de aparatos formidáveis para minha segurança, por mais ingênuas que sejam minhas tentativas de me manter a salvo.Uma espada, livros, fotos antigas e um terço, pra me dar alguma referência de quem sou eu, do que sou eu, além de mim mesmo e de meus desejos. Levo comigo esses objetos pra me fazer coezo e firme, marcando meus passos e meu caminho, caso precise voltar.
Feche os olhos e não se assuste com o calor.
Isso sou eu aqui a seu lado.Querida, eu queimo.
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domingo, setembro 12, 2004

Carta social.

Após um tempo afastado eu volto, movido pelas bebidinhas e pelas melancolias. Disseram-me nesta semana que meus problemas não mudam, que há 10 anos eu sofro as mesmas dores, os mesmos dissabores. Mas é isso aí mesmo, aquela redundância em querer ser feliz e ter uma vida ao menos agradável.
Mas tudo volta e fico aqui andando em círculos.
Vamos as novidades de sempre.
Nesta semana meu Twister morreu.
Bandini ficou comigo alguns meses e por um descuido qualquer cometido por terceiros, o pobrezinho morreu. E eu fiquei triste pra caramba, de chorar e tudo mesmo. E o enterrei em uma pequena cerimônia budista, e isto não é uma piada! Meu filho colocou umas flores onde o enterrei hoje, e isso foi triste, muito triste...
O coração continua batendo a mil, e continuo sem saber onde vai parar, continuo sem saber o que se passa no meu destino, onde será que isso vai terminar. Continuem lendo e saberemos um dia.
Assisti “Brilho Eterno de uma mente sem Lembranças” e tive uma crise de choro tão descontrolada que a Lara Novak, uma budista congênita, não sabia se corria ou me acudia. Que situação...Mas não me incomodo de ter uma crise de choro convulsivo na frente de 250 estranhos, eles é que devem ter se constrangido com minha emoção, tão explícita e escandalosa. E sem assuar o nariz, porque o verdadeiro choro não se assua, disse Nelson Rodrigues.
Somente uma coisa foi boa, somente uma luz, uma promessa por vir.
Elas continuam mandando no meu coração irresponsável, e eu continuo tentando me ater a mim mesmo.
Ser feliz, adulto e são ao mesmo tempo é uma luta quase que utópica, mas tem valido a pena tentar, se não der certo eu nunca vou saber, pois só vou parar quando tudo isso acabar.
E pra vocês beijos e abraços saudosos.
Do teu,
Frederico Griman.
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