sexta-feira, março 31, 2006

Uma coisa é uma coisa, outra coisa não sei.

Estava lendo o blog da Pamela Cabral, que a propósito é muito bom vide link ao lado, e ela falando sobre mulheres e nomes e Clarah Averbuk e tal, e estava pensando na minha própria vidinha, como somos centrados em nossos umbigos...
Mas enfim, me deu vontade de falar da minha vida e vou começar contando que vou permanecer no Rio, estou superando o excesso de asfalto, de violência e de pessoas mal educadas, na verdade, qualidade de vida pra mim agora é sair na noite e me divertir o tanto quanto tenho que estudar e trabalhar, vamos equilibrar essa balança. Já me habituei a falta de grana, aos tiroteios intermináveis entre os amigos do Morro da Formiga e do Boréu, e até a minha cama vazia, quer dizer pela metade pois eu continuo dormindo nela e bem por sinal.
Finalmente reencontrei velhos amigos como a Fabiana Bix e o impagável e louco Alexandre Portugal, pessoas alegres, inteligentes e na busca da vida, perseguindo o destino. Tenho saído simplesmente pra me divertir, na companhia de minha linda irmã Camila e temos realmente nos divertido a valer, nas situações mais simples e burlescas.
Tenho cuidado tanto de mim que perdi um pouco do “time” do outro, sem apatia mas com um interesse muito grande na minha própria tranqüilidade afinal.
Alguns amigos partiram, outros estão partindo, é a vida maravilhosa em movimento.
Uns loucos da Beat Generation(orkut) tem se mostrado as pessoas mais interessantes dos últimos tempos, uns caras corajosos, umas meninas lindas, pena que todos tão distantes, mas distancias estão aí para serem percorridas, pra serem caminhadas.
O Rio tem sido bom pra mim, meu trabalho tem sido bom pra mim, eu tenho sido o cara mais legal do mundo pra mim, então penso que estou no caminho certo, em algum caminho certo, de ele onde der...

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sexta-feira, março 17, 2006

Quando os urubus se tornam fragatas.

As vezes as coisas ficam estranhas, como um sonho que corre de trás pra frente, como o cardápio de um restaurante escrito em outro idioma, e fico esperando a visão das aves migratórias seguindo sua rotina secular, afim de me sentir seguro novamente, palpando algo real e vigoroso.
As vezes as coisas são tão vazias, que não temos nada com que contar, nada a que nos ater e é aí que tudo poder mudar, pois menos com menos dá mais.
Menos com menos dá mais!
É uma regra matemática, uma Lei da Natureza e com isso acho que podemos contar, nesse infinito de incertezas e impermanência
Uma mulher me dizia isso e eu pasmo nunca entendi, somente após o esvaziamento completo de minha mente cartesiana, somente após abandonar os velhos sonhos e me jogar nessa vida liberto eu pude compreender esse postulado tão básico e vulgar.
Mas o “tarde demais” é outra questão que se faz presente e contra a qual eu posso ousar me confrontar, pois assim como a matemática pode servir para guiar as viagens mais Lisérgicas Zen Libertadoras o próprio lapso temporal, a distância e todos seus relativismos podem ser o toque final em um relacionamento que fracassou, tristemente e me afastando de alguém sempre muito querida.
Uma pessoa, uma mulher que poderia Ter sido sim boa demais para mim, se tivesse tido vontade, mas que ficou a meu lado. Que não foi mais fraca do que eu, nem mais confusa mas que foi arrastada por minha loucura e se viu perdida nesse mar revolto e negro do meu coração.
Uma mulher que ouso chamar novamente.
Uma mulher que pode me renegar e me virar as costas, com toda a justiça de seu coração.
Mas uma mulher que não perderei jamais.
Não agora que não tenho mais nada...
Você foi embora, mas eu te peço agora,
vem comigo não quero ser sozinho...

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terça-feira, março 14, 2006

Cantiga de ninar.

Inquietos, inquietos como nós;
Sempre indo as profundezas de todas as coisas,
Buscando aquele algo superior que sabemos que existe em algum lugar, de alguma forma, mas onde?
Incansáveis, incansáveis como nós;
Sem deixar pra outro dia o desespero que pode ser vivido hoje,
Com a urgência das horas trazendo a morte pra dentro de nossas camas, grandes demais,
Moles/duras demais, manchadas de amores velhos e esquecidos.
Loucos, loucos como nós;
Sabendo que não há fim neste caminho só, por tudo que é belo e estético e capaz de nos fazer por um segundo apenas esquecer que não há nenhum sentido além do “ser”, sem niilismo, sem depressão, sem cocaína.
Desiludidos, desiludidos como nós;
Procurando pela linha invisível que nos separa, que nos torna diferentes e exóticos aos olhos dos trabalhadores e responsáveis acumuladores de bens, que nos joga a margem de um mundo perfeito e pelo qual sentimos tanto amor, mas que não nos acolhe, pois não é feito pra nós.
Inquietos, inquietos como nós;
Em homenagem a todos os heróis do passado, nossos heróis mortos, loucos poetas e bêbados, que já trilharam essas mesmas rochas e nos deixaram sinais discretos e precisos, às vezes traiçoeiros, mas presentes para quem os conhece.
È só isso que meu filho tem que aprender nessa família, precisamente isso.
Antes que o mundo acabe pra nós.

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