sexta-feira, agosto 10, 2007

A estrela do Norte.

As vidas dos meus queridos correm a meu lado.
Eu vejo seus olhares baixos, as marcas do cansaço e do envelhecimento, pois nós também envelhecemos, o tempo não terá piedade de nós e também morreremos aqui em casa, como em todas as outras casas do mundo.
Na companhia dessas pessoas parece que me encolho, assustado com os estrondos e estouros que nos vem do mundo e nos escondemos esperando que a guerra termine, como um show de fogos de artifício que brilham pelos vidros quebrados das janelas.
Nos abraçamos e é um abraço desesperado.
Nos abraçamos para nos consolar de uma vida que é vivida com dificuldade, com lutas inúteis e intermináveis, nos abraçamos para nos consolar por não estarmos sós nesse destino.
Mas ainda existe aquela estrela que brilha, aquele norte que permanece Norte, maldita estrela que me ferroa e me obriga à esperança. Já que apesar das lições tristes que aprendi de meus pais, do destino de exilado, eterno exilado, que herdei de meus avós eu teimo em torcer tudo mais uma vez e ser feliz nessa vida.
Devo isso a eles, meus mais queridos, a todas essas pessoas maravilhosas que vieram antes de mim e que se viram fracassar. Eles verão que o fracasso só existiu em suas mentes, verão que seus corações cheios de amor e vida e sonhos ainda bate aqui neste peito de trinta e quatro anos e seremos felizes juntos.
Seu olhar ancestral me abençoa, seus olhares baixos me enchem de ternura e um olhar cheio de amor me dá a certeza de que tudo é assim mesmo, sem sentido e maravilhoso.
E assim meu filho enxergará também...

me envie um e-mail