terça-feira, abril 13, 2010

The really Real Thing.

A vida tem andado forte demais nesses dias.

A verdade está tão intensa e explícita que é impossível para mim deixar de vê-la em todos os lugares, mesmo entre a rotina e o marasmo.

Às vezes estou ali jogado no sofá, entediado e uma olhadinha pela janela me faz saltar acrobaticamente, UAU! Caras, é impossível se esconder depois que ela te olha nos olhos.

Mesmo com todas as logomarcas, todas as drogas, o sexo e essas merdas intoxicantes, depois que você tem um vislumbre do que é verdadeiro nada mais te basta.

Tenho ficado tão lúcido ultimamente, que penso que estou prestes a enlouquecer e isso é empolgante pois seria demais endoidar de vez e sair por aí pregando a liberdade, amando todo mundo e mandando ver no Dharma.

Estava dia desses falando coisas aleatórias com o Betinho e a verdade ficava ali, dando pequenos pulinhos das nossas bocas, e por mais que ríssemos e inventássemos piadas, ela sempre nos surpreendia, brincando de esconde-esconde entre labirintos Escherianos, metaforicamente falando. E era impossível não falar a verdade. Não essa coisa de “ fui eu quem peidou”, mas a verdade mesmo, aquela coisa profunda e que fomos condicionados a temer, como se a Prisão de Ferro Negra ainda existisse.

Tenho tido tantas coisas pra contar que acabei ficando meio sumido, idéias demais.

Palavras de menos.

E as palavras sempre me decepcionam, pois por mais que eu fale, e eu falo bastante quando tenho vontade, nunca consigo exprimir exatamente aquilo que está aqui na minha cabeça, martelando, tirando meu sono, e as vezes chego tão perto que acabo por me esquecer do que estava falando e fico ali parado com cara de loução e todo mundo ri, e eu rio também é claro, fazer o que?

Mas eu vou contar todas essas coisas bacanas pra vocês, por Deus que vou.

E podem me chamar de louco, paranóico ocultista, santo beberrão, vagabundo iluminado, tanto faz.

Foi só a verdade que eu conheci, e ela me libertou!


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quarta-feira, abril 07, 2010

Corra Forrest Corra!

Ele estava correndo pelas ruas da Tijuca como um louco, pois correr hoje em dia é coisa de criança ou bandido e não gostaria de ser confundido com nenhum dos dois, seu mp3 estava no máximo pra abafar todos os sons externos, só queria se ouvir e ouvir música pulava sobre depressões e buracos naquelas calçadas sofridas, sujas, pulava entre pessoas e quase lhes dava grosseiros esbarrões, era xingado e questionado, pois não estava chovendo e nem havia sirenes de policia então porque aquele cara estava correndo no meio da noite pelas ruas da zona norte, era o que algumas pessoas deviam se perguntar, mas ele não tinha tempo a perder e precisava ter pressa como se sua vida dependesse disso e talvez dependesse mesmo, por isso tinha que correr e a sensação até que era boa, tirando o medo de tudo dar errado, a sensação de querer muito uma coisa e sair como um louco atrás dela era prazerosa e estimulante, sentia suas pernas baterem com força no chão irregular, seu coração batendo forte demais no peito magro, a respiração irregular e o suor escorrendo quente pelas costas empapando sua camisa, mas estava decidido a ir até lá e fazer o que era certo, a hora era aquela e amanhã seria tarde demais, amanhã era uma ilusão e somente nesse momento em que corria embalado pelos seus sonhos impossíveis as coisas eram reais e verdadeiras e pensava em todo o tempo que perdia nos seus dias entre coisas inúteis e supérfluas, em todos os dias em que tinha pressa para acabar não fazendo nada que prestasse e nas buzinas dos carros quando ele atravessava como um raio as ruas com os sinais abertos, entre aqueles malditos carros que eram a causa de tanta poluição, e tanta violência e tanta guerra no mundo que estaria melhor sem tantos carros emporcalhando as cidades e o ar que começava a lhe faltar pelo esforço de correr por tanto tempo, mas a janela logo iria se fechar e esperar até amanhã seria a morte e era muito novo pra morrer de amor, na verdade nem era tão novo, mas como não queria morrer melhor se esforçar enquanto ainda havia tempo, viu a janela do terceiro andar ainda aberta, a luz da sala acesa e seu coração agora era uma britadeira chacoalhando seu corpo, atravessou a última rua de forma quase suicida entre todos e ainda antes de parar partiu seu corpo ao meio com um grito que explodiu seu peito jogando o coração dez metros acima do chão.

LUIZA!

Se apoiou nos próprios joelhos e olhando para o chão que era respingado pelo suor que corria de seu rosto gritou novamente sentindo todos os músculos de seu corpo se retesando até o ponto de sangrar seu nariz.

LUIZAAAAAAA!

Olhando para cima viu a silhueta que se aproximava da janela e sorriu.


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